Crítica | Pânico 6 quebra expectativas e traz novo fôlego ao gênero slasher

Sequência teve recorde de bilheteria no fim de semana de estreia com mais de US$ 67 milhões ao redor do mundo

Por: Caetano Cavalcante e Rayana do Carmo

Edição: Diogo Cordero

ATENÇÃO! Contém spoiler. Não é a toa que o novo filme da tão esperada franquia Pânico tenha estreado com ótimos números no site dos “Tomates” (Rotten Tomatoes).  A plataforma, que é responsável por ser um dos maiores agregadores de criticas de filmes e conteúdos, além de ser um termômetro para anunciar se um filme vai bem ou não, mostra que Pânico VI tem ótimos números da crítica especializada com 77% de aprovação e do público, com 92%.

Créditos: Paramount

Vamos aos fatos: Se manter inteligente e empolgante não é uma tarefa fácil para uma franquia de filmes slasher. Mas, para Pânico, podemos sempre esperar um trabalho bem feito. Chegando ao sexto longa metragem, nos deparamos com um novo assassino, uma nova motivação e, agora, uma nova casa: Nova York.

A sequência vem de uma boa recepção com o seu antecessor, mas não mediu esforços para se reinventar com novos cenários e a volta de personagens queridos e que muito menos ficaram esquecidos no coração dos fã, pelo contrário, todos queriam saber o que aconteceu com a querida Kirby Reed (Hayden Panettiere) no tão polêmico Pânico 4.

Créditos: Paramount

A mudança para uma nova “casa” é muito bem-vinda e mostra Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega), que diga-se de passagem, são duas ótimas protagonistas e honram o legado que Sidney Prescott (Nave Campbell) deixou, tentando criar raízes longe dos acontecimentos de um ano atrás em Woodsboro.

Créditos: Paramount

E vamos combinar que a mudança de cenário deixou a história mais tensa e brutal. O que se mantém até aqui é a subversão dos conceitos e regras dos filmes de terror, além da boa direção, que faz o telespectador perder o fôlego em alguns momentos, como na cena do Mercadinho, onde vimos um ghostface usando uma arma de fogo para liquidar Sam e Tara.

Além do elenco do filme anterior, temos o retorno da Kirby Reed (Hayden Panettiere), que após os acontecimentos do quarto filme, volta como detetive do FBI. O que pareceu mais como um presente para os fãs, já que a personagem volta pra história, mas com um background criado para validar o retorno para a história.

Se a insatisfação de como as sequencias genéricas e sem essência dos filmes “Facada” era uma motivação um pouco absurda, nesse filme a motivação do massacre é bem mais pé no chão: Vingança. A família do assassino que teve tanto seu filme quanto sua vida interrompida pela nossa protagonista Sam (Melissa Barrera), arma um plano para terminar o trabalho do último ghostface.

Créditos: Paramount

Mesmo sem a direção do renomado Wes Craven (hora do pesadelo) os diretores Matt Bettinelli – Olpin e Tyler Gillett (Pânico V, V/H/S 99 e V/H/S ) fazem um bom trabalho em trazer um ótimo suspense para os “novos” Ghostface’s, o que se revela, no final do filme, com uma motivação que faz sentido.

O que podemos afirmar é que a nova ameaça está mais sangrenta, brutal e muito mais sarcástica, brincando, mais do que nunca, com a metalinguagem dos filmes slasher.

O que podia ser melhor…

Mesmo com personagens como a Kirby e a aparição da Gale Weather (Courteney Cox) não é o suficiente quando eles são mal aproveitados. As duas, que possuem ótimo potencial, não tem a força que deveriam ter e aparecem quando é conveniente e quando o roteiro precisa delas.  A Gale, por exemplo, se perde no personagem e volta a ser aquela pessoa egoísta que não se importa com os acontecimentos e só pensa em fama e lucro, o que destrói toda a narrativa do último filme.

Créditos: Paramount

Outro ponto que talvez possa ser corrigido no próximo filme, é a preservação de personagens queridos da franquia. Se no quinto filme, sentimos a dor de perder nosso amado Dewey (David Arquette), nesse vemos algumas cenas em que os personagens principais correm risco, mas não morrem, com destaque para a Gale. Talvez isso seja proposital, manter personagens queridos para um verdadeiro massacre no ato final.

Créditos: Paramount

Como na maior parte dos filmes da franquia, Pânico 6 nos entrega a boa e velha formula de brincar com o padrões e mostrar que podemos sim tornar a mesma receita refrescante e satisfatória.

Nota: 4,9 de 5 facas ensanguentadas.

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