Crítica – Maid: Uma história de resiliência, amor próprio e superação

Crédito: Ricardo Hubbs -Netflix
Por: Erika Chagas – jornalista e especialista em marketing digital e mídias

Basta apenas um episódio para entender que Maid é uma daquelas séries impossíveis de assistir sem se sensibilizar pela história retratada. Sendo um dos recentes lançamentos de sucesso da Netflix, Maid é uma boa maneira de fazer a sociedade refletir sobre a realidade vivida por muitas mulheres. Baseado no livro escrito por Stephanie Land, a minissérie de dez episódios apresenta a história de Alex, interpretada pela atriz Margaret Qualley, uma jovem mãe que vive um relacionamento abusivo e, por isso, decide fugir com a filha de dois anos, na expectativa de uma vida melhor para as duas. 

Após cortar as amarras impostas pelo companheiro Sean (Nick Robinson), com quem tem a pequena Maddy (Rylea Nevaeh), Alex busca refúgio em um abrigo para vítimas de violência doméstica. Lá, no início, se sente totalmente deslocada: afinal, Sean nunca a agrediu fisicamente, o que faz a jovem a acreditar não ser uma vítima de violência doméstica. Em sua chegada no local é possível sentir o alívio de Alex ao ser recebida por Denise (BJ Harrison), que ao recepcioná-la no abrigo diz “agora você pode respirar, querida”. 

Maid é uma espécie de tutorial sobre autoamor, resiliência, redescoberta e a demonstração do amor e da relação doce e genuína entre mãe e filha. Esse último ponto, em especial, é o que dá força a Alex para cortar o ciclo de violência e ter a coragem de enfrentar todos os desafios e julgamentos para buscar uma melhor vida para a pequena Maddy e para si. 

A produção americana desmistifica a ideia de que um namorado, marido ou companheiro só é autor de abusos contra uma mulher quando sua mão a atinge. Maid detalha bem o ciclo de violência doméstica: mostra como as agressões podem ser sutis, às vezes silenciosas, disfarçadas de proteção, mas que são devastadoras à autoestima e à liberdade das mulheres. 

Se por um lado acompanhamos todo o peso da narrativa que envolve a violência e os abusos psicológicos e a falta de uma rede de apoio para Alex, o que a faz passar por momentos dramáticos e dolorosos, por outro lado podemos acompanhar também uma relação de muito amor e simplicidade entre mãe e filha. As duas emocionam em cena pela valentia de uma mãe real: que sofre, chora e faz de tudo pela proteção de sua cria. E também por uma criança que, apesar de todo o sofrimento ao redor, consegue ver beleza e graça na vida.

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