Crítica: ‘Love, Victor’ cumpre sua missão e vai deixar saudades

Por: Diogo Cordeiro (Café Digital) e May Inês (Comunica CE)

Atenção, contém spoilers! Love, Victor chegou a sua terceira e última temporada e alertamos que os autores desta crítica já sentem saudades da série.

Para começar a temporada, temos que lembrar do plot twist do final da temporada anterior, onde Victor (Michael Cimino) fica em dúvida entre Benji (George Sear) e Rahim (Anthony Keyvan). Sem muitas surpresas, Victor decide ir atrás de Benji e se desculpar por tudo e tentar um recomeço entre os dois. O que ele não espera é que Benji confessa que o seu vício em álcool e que precisa de ajuda para se tratar. E aí começa o novo drama de Victor (tô achando a história dele parecida com a da Ju).

Além deles, o primeiro episódio é cheio de movimentações, Novos casais se formando, como Lake e Lucy, e a aproximação entre Pilar e Félix e Mia e Andrew. Rahim a esta altura, magoado ainda por não ter sido escolhido por Victor, começa a ignorá-lo durante os primeiros episódios da trama.

A história segue com Benji indo para a reabilitação e sem qualquer contato com Victor. Ele, para tentar se distrair pós término, conhece Nick, apresentado por sua mãe que tenta a todo custo se redimir por toda a rejeição ao Victor. Já não bastasse todos os problemas amorosos, Victor e Pilar enfrentam dificuldades familiares, onde a todo custo os pais autoritários tentam mandar e desmandar na vida dos dois.

Nesta temporada temos um destaque para Pilar, que está mais decidida e enfrenta os pais para viver seu romance com Félix. Mas não enfrentou o bastante a ponto de amadurecer o relacionamento, que logo termina – química eles tinham, mas não deu tempo de um desenvolvimento bacana.

Enquanto isso, Lake vive sua primeira experiência LGBTQIA+ com Lucy, o que rende excelentes cenas entre as duas e mostra como a vida é necessária ser vivida sem rótulos. Já Victor e Nick começam a engatar um romance mais sério, com cenas super bacanas de um double date, com eles e Rahim e seu parceiro. A cena também traz uma reflexão extremamente necessária sobre homofobia e discurso de ódio.

Nos episódios finais tudo parece se encaixar, só que não! No sétimo episódio todos os casais terminam, por causa de problemas de adolescentes – quem nunca né? Lake e Félix se aproximam, Lucy decide se mudar, Pilar escolhe sua família e Victor segue mais confuso que os autores deste post.

O ponto alto da temporada traz ainda um discurso emocionante de Victor, durante a entrega do ‘Prêmio Gay’, onde ele narra toda a sua jornada de descoberta e sexualidade desde a sua chegada ao novo colégio. Após a cerimônia, Victor decide tentar mais uma vez ir atrás de Benji, mas sem sucesso, pois decide ir para um colégio interno.  

Mesmo com todas as reviravoltas, o último episódio passa voando, e leva o público a desejar ter mais tempo de tela para aproveitar melhor todos os desfechos de cada envolvido. Com referências ao filme que inspirou a série, Love Victor encerra deixando o coração do telespectador quentinho, mostrando que precisa ter coragem para dar os saltos que a vida pede, e que certamente nos levarão a lugares e pessoas incríveis. Um ciclo que se encerra, mas com a certeza de que a obra marcou todo um público e geração, com exemplo de amadurecimento e representatividade LGBTQIA+. Certamente vale a pena continuar maratonando e revivendo esta história.

Mesmo com um desfecho satisfatório e coerente, fica o sentimento de ‘quero mais’. Esta não parecia ser a última temporada e com apenas oito episódios ficou faltando algo para concluir de forma que o público merecia. Nos resta torcer por um spin-off. Não custa sonhar, né?

Love, Victor: 10/10

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