Juros altos e inflação elevada favorecem investimentos em renda fixa em 2022

Em ano eleitoral, o aumento da exposição a títulos atrelados à Selic e à inflação podem ajudar a reduzir a volatilidade da carteira

Diante das projeções de baixo crescimento do PIB e de juros e inflação em alta para 2022, Henrique Zimmermann, sócio da VLGI Investimentos, avalia que, para o investidor, o aumento da exposição em renda fixa deverá contribuir para reduzir a volatilidade da carteira, ainda mais considerando que ano eleitoral já é tradicionalmente mais volátil. “Para o investidor, é importante ter uma parcela razoável em renda fixa em ano de incertezas e de eleições, um ano que deve ter muitas oscilações. Então, ter uma parcela em renda fixa deve trazer bons retornos”, ele diz.

O primeiro Boletim Focus deste ano estima um crescimento do PIB de 0,36%, com Selic a 11,5% e inflação (IPCA) de 5,03% para o final do ano. “As expectativas do mercado são pessimistas, após um ano bastante desafiador como foi 2021. Com esse patamar ainda elevado da inflação, o Copom deverá manter a trajetória de alta da taxa de juros, com isso os investimentos em renda fixa poderão dar ganhos de 1% ao mês, com baixo risco”, diz Zimmermann.

Segundo o documento elaborado pelo Banco Central com base nas expectativas de economistas do mercado, o dólar deve fechar o ano a R$ 5,60, abaixo do patamar atual, mas, para Zimmermann, ainda em um nível elevado.

A alocação de recursos na renda fixa, diz Zimmermann, pode ser ideal àqueles investidores que não têm muito apetite ao risco, mas que, em 2021, quando as taxas estavam no mais baixo patamar histórico, acabaram tendo de se expor a maiores volatilidades em busca de retorno. “Agora, esse investidor tem a possibilidade de buscar retornos elevados com baixo risco, compondo um portfólio mais equilibrado. Assim, ele poderá sentir sua carteira chacoalhar menos, mesmo em um ano eleitoral”, diz.

Entre algumas opções disponíveis para compor a carteira dos investidores, o economista e sócio da VLGI Investimentos destaca, por exemplo, os títulos atrelados à inflação, como os que remuneram a inflação (IPCA) mais 5% ou 6%, a depender do prazo de vencimento do título. “Mas vale sempre lembrar que essas previsões de início de ano tendem a descolar um pouco, porque é difícil fazer previsões macroeconômicas em um país complexo como o Brasil. Mas essas projeções do Focus servem como um norte para tomarmos essas decisões de curto prazo”.

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