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Escolas bilíngues cresceram 10% no Brasil nos últimos cinco anos

De acordo com dados da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (ABEBI), o número de escolas bilíngues tem crescido no País. A proposta de ensino tem ido além do ensino do idioma

O cenário educacional brasileiro tem testemunhado avanços significativos nos últimos anos, especialmente no que tange à educação integral e bilíngue. Dados do Censo Escolar 2024 indicam que as matrículas em tempo integral na rede pública passaram de 18,2% em 2022 para 22,9% em 2024, totalizando 965 mil inscrições. Paralelamente, a Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (ABEBI) aponta um crescimento de 10% no número de escolas bilíngues no país nos últimos cinco anos, refletindo a crescente demanda por uma formação que prepare os alunos para um mundo globalizado. 

Para Marcela Abreu, educadora e sócia da Ways Bilingual School Fortaleza, a educação integral vai além do aumento da carga horária escolar. “Entendemos que uma educação integral de qualidade vai muito além do desempenho acadêmico, pois considera o aluno em sua totalidade, preparando-o para o mundo em todas as suas dimensões: acadêmica, emocional, cultural e social”, afirma.

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Ela destaca que a ampliação das matrículas em tempo integral é um passo importante, mas que é necessário garantir a qualidade desse tempo adicional. “Nossa proposta se apoia em pilares como a performance acadêmica — essencial e valorizada —, mas também nas formações leitora, socioemocional, financeira e artística. Não se trata apenas de aumentar o tempo na escola, mas de atribuir significado a esse tempo, com experiências que ampliam horizontes, despertam talentos e constroem autonomia”, ressalta.

Já Manoela Abreu, também educadora e sócia da Ways Bilingual School Fortaleza, enfatiza os benefícios do ensino bilíngue no desenvolvimento cognitivo e cultural dos alunos. “O ensino bilíngue é, para nós, uma ponte para o mundo. Mais do que aprender um novo idioma, nossos alunos desenvolvem pensamento crítico em duas línguas e acessam conteúdos, culturas e perspectivas globais desde cedo”, explica.

Ela também destaca que o ensino bilíngue deve ser integrado ao currículo escolar de forma natural e contextualizada. “Implementar esse modelo com consistência, no entanto, exige um projeto pedagógico sólido, formação continuada dos professores, materiais de qualidade e um currículo integrado que respeite o tempo de aprendizagem de cada criança. Outro desafio é manter o inglês vivo no cotidiano escolar de forma natural e significativa, o que demanda uma imersão autêntica e intencional”, complementa.

Desafios e perspectivas

As educadoras reconhecem que a implementação de um modelo educacional integral e bilíngue enfrenta desafios, como a formação adequada de professores, a adaptação curricular e a infraestrutura escolar. No entanto, acreditam que esses obstáculos podem ser superados com políticas eficazes e o engajamento da comunidade escolar.

“Acreditamos que o avanço da educação brasileira passa, urgentemente, por um olhar mais atento ao desenvolvimento de soft skills e ao fortalecimento socioemocional dos nossos alunos. É preciso preparar as crianças e os jovens para o mundo real, com práticas que envolvam resolução de problemas concretos, ampliação do repertório cultural, investimento nas artes e nos esportes”, conclui Marcela Abreu. “Sabemos que a performance acadêmica é fundamental — e, nesse aspecto, o Ceará tem se destacado nacionalmente com muito mérito. Mas o futuro exige mais. Formar cidadãos completos, sensíveis, conscientes e preparados para conviver e transformar o mundo é o grande desafio (e a grande missão) da educação contemporânea.”

Com uma abordagem centrada no aluno e comprometida com a formação integral e bilíngue, a escola liderada por Marcela e Manoela Abreu representa um exemplo de como a educação pode se adaptar às demandas do século XXI, preparando os estudantes para os desafios de um mundo em constante transformação.

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