Crítica: ‘De Volta ao Baile’ diverte com clichês, mas decepciona no enredo

Colaboração: May Inês (Portal Comunica CE) e Diogo Cordeiro (Café Digital)

Inovador e revolucionário? Definitivamente não, mas cria ali, durante quase duas horas de filme, momentos de nostalgia e boas gargalhadas. 

E assim começamos mais uma crítica. Desta vez, do mais novo filme da Netflix: De Volta ao Baile (Senior Year, em inglês), estrelado pela talentosa Rebel Wilson, que chegou ao catálogo do streaming na última sexta-feira, 13 de maio. 

O que você faria se ficasse em coma por quase 20 anos e acordasse e percebesse que tudo mudou? Eu, particularmente, precisaria de muita terapia pra lidar com tantas mudanças e o choque de realidade. 

Para Sthepanie Conway, personagem de Rebel, sua única preocupação após acordar era apenas voltar ao colégio, ter seu tao sonhado baile de formatura e sua coroação como rainha do baile e retomar sua carreira como líder de torcida. 

Reprodução: Netflix

Não que isso fosse um problema, mas a essa altura dos acontecimentos, ela tem outras urgências primárias. Mesmo com 20 anos se passando e ela acordando com 37 anos de idade, ela ainda tem uma mentalidade de 17 anos. Em muitos momentos do filme, os outros personagens cobravam dela um amadurecimento que ela não tinha como ter. Todos seguiram com suas vidas após o acidente, e ela não conseguiu ter todas as fases de adolescência e início da juventude. 

O primeiro choque foi perceber que o seu até então crush, Blaine (Justin Hartley), estava casado com a sua antagonista, Tiffany Blanchet (Zoe Chao). 

Depois de implorar para voltar à escola para concluir o seu último ano, Steph percebe que tudo virou de ponta cabeça. Ponto interessante do filme, que mostra que a escola virou um espaço mais inclusivo e menos traumatizante para a maioria dos adolescentes. Mas, até que ponto essa militância é coerente? 

Reprodução: Netflix

A mais popular da escola Bri tem milhões de seguidores e tudo parece rodea-la. Aos poucos, Steph tenta cumprir com suas metas: ser popular e rainha do baile, mas percebe que só conseguirá isso se começar a ser influenciadora e ter seguidores no Instagram. 

Depois de uma icônica apresentação na escola, ela ganha quase 50 mil seguidores em sua conta e começa a ser notada por grandes marcas famosas (quem trabalha com marketing de influência sabe o quanto é difícil crescer na internet e ser notado tão rapidamente pelas marcas). 

Suas atitudes adolescentes e imaturas (normais até o momento) decepcionam seus únicos amigos: Seth e Martha, que a todo momento tentam trazê-la de volta à realidade. E assim Steph faz uma loucura atrás da outra. E permanece dessa forma até o final do filme. 

Reprodução: Netflix

A obra tem grandes nomes no elenco, além da própria Rebel, Justin Hartley (This is Us), Chris Parnell (Saturday Nigth Live), Sam Richardson (Veep), Zoë Chao (The OA), e Alicia Silverstone participam da produção. Jovens talentos como Michael Cimino (Love, Victor) e Angourie Rice, que interpreta a protagonista na primeira fase, estão entre os jovens escalados, trazendo a integração entre as gerações, vista desde o primeiro momento da trama. 

Apesar do teor cômico, os mais críticos devem observar detalhes no filme que certamente o farão perder pontos com os especialistas. Ganchos como o “acidente” da personagem principal, a repentina melhora de um paciente que sofreu tantos anos com o coma e a abordagem de uma pessoa se 37 anos como mais velha do que realmente é, deixam espaços para uma produção que teria tudo para estar entre as melhores do seu segmento. 

Reprodução: Netflix

No mais, é mais uma comédia esquecível da Netflix. Tem bons momentos, críticas interessantes, mas deixa a desejar na construção da narrativa e pontos chave do filme, que parece que a vida é apenas ser líder de torcida e namorar com garotos populares durante o ensino médio. 

Rubel é o ponto máximo do filme, com atuação exagerada (o filme pede isso), e momentos clichês. Mais do mesmo, mas excelente para um fim de tarde num domingo.

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