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Curta-metragem “O canto da Rasga Mortalha” terá a sua pré-estreia no dia 4 de novembro


A proposta é produzir uma narrativa social sobre a comunidade LGBTQIAPN+, com o objetivo de derrubar as barreiras dos preconceitos, das desigualdades, das injustiças e da invisibilidade social que a comunidade enfrenta
 
Com a pré-estreia no dia 4 de novembro na Alece, o evento reunirá o projeto jovem aprendiz ligado aos alunos da Sobef (Sociedade para o Bem-Estar da Família) para conferirem o curta-metragem. “O canto da Rasga Mortalha” chega ao Brasil para contar a história de três protagonistas, mulheres trans e periféricas, que são atacadas, sendo uma delas baleada, simplesmente por viverem suas identidades e se posicionarem socialmente. Dentre as protagonistas do curta, temos Shirley, Samantha e Sônia, três mulheres trans da periferia de Fortaleza, que seguem as suas rotinas de vida tentando contornar seus problemas sociais e suas duplas jornadas de trabalho. Questionado sobre o título do curta, o diretor Rafael Rodrigues, acrescenta:
 
“É uma metáfora onde as três protagonistas são a personificação da coruja e em memória às histórias que minha avó Irene contava, que a coruja, rasga mortalha, anunciava através
do seu canto a morte, e por isso, muitos as matavam para evitar os agouros. Então o nome do curta é para fazer uma referência, de quantas mulheres trans são atacadas e mortas simplesmente por viverem suas identidades, por se posicionarem socialmente e por pedirem por igualdade e justiça. Assim o Canto da Rasga Mortalha, é o símbolo das vozes que durante muito tempo foram caladas”.
 
A relevância do projeto está na visibilidade social que é apresentada como tema da obra, mostrando a sociedade histórias de forma sensível e poética por meio de desejos e sonhos de três mulheres trans e periféricas, com suas dores e alegrias, seus medos e vulnerabilidades. A proposta é produzir uma narrativa social sobre a comunidade LGBTQIAPN+, com o objetivo de derrubar as barreiras dos preconceitos, das desigualdades, das injustiças e da invisibilidade social que a comunidade enfrenta.
 
“A representatividade dentro desse trabalho, está no fato de uma mulher trans ter a oportunidade de atuar como personagem e como profissional dentro de qualquer obra e principalmente no cinema, é sem dúvidas louvável e engrandecedora. Atuar ou ter um corpo trans dentro do audiovisual é uma vitória gigantesca, tendo em vista que há pouco tempo atrás quem nos representava e fazia nossos corpos sem nenhuma responsabilidade ou vivência eram pessoas cis (trans fake). Por isso quero parabenizar e agradecer toda a equipe do curta pelo convite”, comentou a atriz Layla Sah, que interpreta a protagonista Sônia.
 
O diretor Rafael Rodrigues acrescentou que a equipe deseja que o público entenda que todas têm o direito à segurança, à vida, que de alguma forma as protagonistas possam levar afeto e emocionar o público. O desejo é que as suas vozes sejam ouvidas e possam criar uma ponte para o debate sobre o direito de ser e viver as identidades, sem medo dos agouros da violência. Que por meio desse projeto possam alcançar esse diálogo nas escolas, nos lares, nas associações, nas ruas, nas praças e nas plenárias.
 
A atriz Karla Karenina, que interpreta Joana, mãe de Samantha, comentou sobre a importância da sua participação no curta e o quanto se sentiu honrada pela atuação.
 
“Minha participação é “pequena” mas de muita importância pelo afeto que a personagem tem com sua filha. Eu me senti muito honrada em fazer essa personagem, afinal essas mães fazem toda diferença na vida dura que seus filhos levam por serem o que são! Elas legitimam a alma de seus filhos e isso é admirável!”
 
Pesquisas sobre a violência com a comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil
 
De acordo com dados do Disque 100, serviço dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), o Brasil até setembro de 2024, recebeu 5.741 casos de denúncias referentes a comunidade. No ano anterior, foram feitas 6.070 denúncias, 2.122 a mais que em 2022 (3.948). 
 
Grande parte dos registros de violência foi feita por homens gays, embora pessoas transexuais e travestis tenham sido as principais vítimas de agressão.
 
Desde o ano de 2019, que o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a homofobia pode se enquadrada como crime via Lei Antirracismo. Essa decisão alterou a Lei 7.716/1989 e inclui a discriminação por sexo, orientação sexual ou identidade de gênero na legislação. A pena para esse crime inclui multa e reclusão, que pode durar de um a cinco anos.
 
Fontes: Agência Brasil / Portal STF
 

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