Dentre as mudanças de comportamento resultantes da pandemia de Covid-19, está a maior necessidade de cozinhar o próprio alimento. A procura por comida saudável cresceu ao longo do último ano no Brasil, que hoje ocupa a 7ª posição no mercado de alimentos e bebidas saudáveis no mundo, com consumidores buscando aliar praticidade com a boa alimentação. Os dados são das primeiras análises do Estudo NutriNet Brasil, que envolveu 10 mil participantes e indica aumento generalizado na frequência de consumo de frutas, hortaliças e feijão (de 40,2% para 44,6%) durante a pandemia.
A Coordenadora Serviço de Nutrição do Hospital São Camilo Fortaleza, Lidiane Vasconcelos Rocha, explica que as pessoas começaram a se preocupar um pouco mais com a alimentação, após a disseminação da pandemia. “Percebeu-se que o entendimento sobre o equilíbrio da dieta pode sim influenciar no fortalecimento do sistema imunológico, logo, auxiliar no controle de doenças”.
“Uma alimentação adequada e saudável garante o bom funcionamento de todos os sistemas corporais. Então, alimentos compostos por determinados nutrientes auxiliam na prevenção, controle e até tratamento de diversas doenças, inclusive daquelas que podem aumentar o risco de complicações do coronavírus (como por exemplo, as doenças crônicas não transmissíveis: diabetes, hipertensão, obesidade, cardiopatias, dentre outras)”, esclarece a nutricionista.
O paciente com Covid-19, por exemplo, precisa de uma dieta nutricional equilibrada. Segundo Lidiane Vasconcelos, o reforço do sistema imunológico é o fator primordial para o paciente acometido pela doença. Há de ser levado em conta também se o paciente é portador de alguma comorbidade. O ajuste dietoterápico pode auxiliar no controle de sintomas e ajudar no tratamento como um todo.
“Todos os pacientes com Covid-19 no Hospital São Camilo Fortaleza são avaliados pela equipe de nutricionistas clínicos. Nessa fase, os pacientes têm seu diagnóstico nutricional identificado conforme avaliação física e antropométrica. Após isso, o nutricionista irá avaliar qual melhor suporte nutricional para o paciente, dependendo do seu estado clínico: se está em ventilação mecânica, se está com sonda enteral para a alimentação ou se consegue deglutir, se está em uso de drogas específicas, se está em suporte ventilatório associado, se há comorbidades, etc. Todas essas condições são avaliadas para traçar o perfil dietético do paciente e realizar todos os ajustes necessários em sua dieta, enquanto estiver internado”, explica Lidiane Vasconcelos.
No acompanhamento do paciente, é servido o “suco da imunidade”, criado na intenção de fornecer ao paciente acometido pelo vírus, um mix de nutrientes que pode favorecer o reforço da sua imunidade, e assim, auxiliar no seu tratamento. Semanalmente, é servido um suco com alimentos diferentes, para que o máximo de nutrientes possível seja oferecido ao paciente.
Sucos para imunidade
Lidiane Vasconcelos Rocha conta que vários alimentos podem ser utilizados para o mix da imunidade: os ricos em vitamina C com poder antioxidante (laranja, limão, acerola, goiaba, caju, morango, melancia, pitaya), os ricos em vitamina A (cenoura, manga, mamão, caqui), os vegetais verde escuros (couve manteiga, espinafre, brócolis), oleaginosas (castanhas, amêndoas, nozes), iogurtes naturais e leites fermentados, tomate, cereais integrais, legumes e hortaliças em geral.
Confira algumas receitas:
– Laranja, cenoura e couve manteiga.
– Acerola, tomate, espinafre.
– Limão, laranja, própolis.
– Morango, acerola, limão.
– Limão, laranja e hortelã.
– Beterraba, cenoura, laranja.
– Laranja, cenoura, gengibre.
– Limão, tomate, hortelã.
– Abacaxi, couve manteiga, limão.
– Morango, pitaya, iogurte.
– Mamão, manga, iogurte.
– Melancia, limão, hortelã.