O metaverso veio para ficar e logo será uma realidade tão presente na vida em sociedade quanto a internet e os celulares são hoje. De modo geral, o termo se refere a um espaço virtual compartilhado, que unifica interações digitais com reais, gerando experiência multissensorial. Pensado para funcionar como um universo paralelo ao nosso e que interage com os espaços físicos, a ideia é que seja possível trabalhar, estudar e até mesmo encontrar com amigos do mundo real.
No Brasil, diversos imbróglios no setor jurídico poderão vir a surgir, principalmente por ser uma tecnologia nova. Desta forma, problemas relacionados à privacidade de informações, propriedade intelectual e até mesmo direito trabalhista deverão se tornar comuns dentro deste novo universo. “A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) pode contribuir para resolver questões de privacidade de informações e propriedade intelectual, uma vez que apontará as diretrizes para assuntos como limites legais para uso de informações pessoais que serão coletadas, como linguagem corporal e respostas fisiológicas aos estímulos. Além disso, diante da liberdade que será conferida aos usuários no metaverso através de seus avatares, deve-se entender se o que é criado dentro desse universo digital deve ou, ao menos, pode ser registrado, bem como se esse registro será feito de forma segura, diante dos recentes escândalos de vazamento de dados do Facebook, nome anteriormente dado ao Meta” pontua Dr Rodrigo Jereissati, sócio-diretor e advogado do RA&A Advogados.
As profissões serão reais e irão acontecer lá dentro, gerando novos nichos de mercado, inclusive para o Direito. Hoje já existem sedes de escritórios de advocacia na plataforma, com reuniões imersivas aos clientes, dando uma experiência diferente por meio da realidade 3D. O desafio, agora, é se reinventar. “Se com a internet o desafio foi gerar presença nas redes sociais, como Instagram, Twitter, Facebook e LinkedIn, agora com o metaverso só estar presente não será o bastante. As empresas deverão aprender a encontrar oportunidades no vasto campo de possibilidades que o meio jurídico possui na plataforma”, finaliza Rodrigo.